sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Grandes obras: O velho e o mar

O "Grandes Obras" dessa semana destaca o livro "O Velho e o Mar".
Há 84 dias que Santiago, um velho pescador, não apanhava um só peixe. Por isso já diziam que se tornara salao, ou seja, um azarento da pior espécie. O menino que o ajudava - e que o estimava - foi forçado pelos pais a trocar de barco. Mas Santiago é de rija têmpera, acredita em si mesmo, e parte sozinho para o mar alto, munido da certeza de que, desta vez, será bem sucedido no seu trabalho.
Esta é a história de um homem na solidão do alto mar, com seus sonhos e pensamentos, com sua luta pela sobrevivência, com sua inabalável confiança na vida. Com esse fio de enredo - tenso fio como o que prende na ponta da linha o grande peixe que acaba de ser pescado - Ernest Hemingway arma uma das mais belas obras da literatura contemporânea. "O Velho e o Mar" é um livro imortal, uma obra-prima do nosso tempo. Seu êxito de crítica e de público confirma essa asserção.
O famoso crítico literário Cyril Connolly, escrevendo no "London Saturday Times", diz o seguinte: "Creio ser esta a melhor história que Hemingway já escreveu. Compre o livro, leia-o imediatamente, deixe passar alguns dias, leia-o novamente, e irá verificar que nenhum página desta bela obra-prima poderia ter sido escrita melhor ou de forma diferente".
Outro crítico de renome, Malcolm Cowley escrevendo no New York Herald Tribune, afirma que o livro, na literatura de nossos dias, é o que mais se aproxima da perfeição ideal. O estilo tem a quantidade de ser a um tempo familiar e perpetuamente novo, o que constitui a essência do classicismo.
Mas será ocioso transcrever aqui mais opiniões críticas. São praticamente unânimes em considerar "O Velho e o Mar" um monumento literário de eterna perfeição.
No Brasil, o grande público desde logo manifestou-se tocado pela mensagem deste livro. Inúmeras edições se sucederam umas às outras e imediatamente "O Velho e o Mar", já best-seller em todos os recantos da Terra para onde foi traduzido, também se colocou entre as obras mais procuradas pelos amantes da boa leitura.
Obra concisa, de um classicismo tão puro como o teatro grego e tão novo como o futuro que os homens de boa vontade esperam produzir, "O Velho e o Mar" se destaca por sua mensagem de confiança na grandeza intrínseca do homem. Para que a descubra e revele, basta-lhes ser fiel a si mesmo, íntegro em suas convicções, autêntico no seu comportamento.
Um simples pescador de mãos calosas que não esmorece diante dos embates e vicissitudes da vida, e que sabe receber triunfos e derrotas com a mesma força de espírito pode ser um grande homem. 

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