segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Grandes autores: Ziraldo

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Assim surgiu o Zi-raldo, um nome único. 
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
No ano seguinte casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos - Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.
Desenha desde que se entende por gente. Quando criança, desenhava em todos os lugares - na calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa, Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali estava o seu futuro. 


A carreira de Ziraldo começou na revista Era Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começou a trabalhar no Jornal A Folha de Minas, com uma página de humor. Por coincidência, foi esse mesmo jornal que publicou, em 1939, o seu primeiro desenho, quando tinha apenas seis anos de idade!
Em 1957, começou a publicar seus trabalhos na revista A Cigarra e, posteriormente, em O Cruzeiro. Em 1963, começou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. Trabalhou ainda nas revistas Visão e Fairplay.
Ziraldo fez cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro, como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos, etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou um dos artistas gráficos mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente. 
Entretanto, devido à diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas às artes gráficas. É um artista que tem, ao longo dos anos, desenvolvido várias facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor. 
Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e, posteriormente, o Mineirinho tornaram-se popularíssimos.
Foi também na década de 60 que realizou seu sonho infantil: transformou-se num autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do gênero feita por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo saci-pererê, figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era nacionalista demais para sobreviver àqueles tempos. Entretanto, a força desses persoagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos difíceis anos da ditadura. Em 1975 voltaram a ser publicados pela Editora Abril. Atualmente as melhores histórias estão sendo reeditadas em álbuns pela Editora Salamandra.
Durante o período da ditadura militar (1964-1984), Ziraldo realizou um trabalho intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim. Ziraldo o considera um grande celeiro dos humoristas pós-68.
Quando foi editado o AI-5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime procurou se esconder para escapar à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição do famigerado ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana por ser considerado um elemento perigoso. 
Em 1968, Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a publicação de suas produções na revista Graphis, uma espécie de “pantheon” das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas internacionais Penthouse e Private Eye, da Inglaterra, Plexus e Planète, da França, e Mad, dos Estados Unidos. 
No ano de 1969, grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina, patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa e recebido em Caracas, Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual do Unicef, honra concedida pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Essa obra foi reproduzida em várias revistas do mundo, mas se encontra hoje escondida atrás de um painel de madeira.
Foi ainda naquele ano que publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS, que relata a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro, usou o máximo de cores e o mínimo de palavras. A embaixada dos Estados Unidos no Brasil presenteou com um exemplar desse livro os astronautas americanos que pisaram na Lua pela primeira vez quando estes visitaram o Brasil. Neil Armstrong, um deles, leu o livro e, comovido, escreveu ao autor: "The moon is FLICTS".
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, continuou abrindo caminhos no Brasil e no mundo. Desde 1972, seus trabalhos são sempre selecionados pela revista Graphis Anual e Graphis Porter.
Diversas revistas internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive a Vision, a Playboy e a GQ (Gentlemen’s Quaterly). Seus cartuns percorrem revistas de várias partes do mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.


A partir de 1979, Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão: escrever histórias para crianças. Nesse ano, publicou O Planeta Lilás, um poema de amor ao livro, em que mostra que ele é maior que o Universo, pois cabe inteirinho dentro de suas páginas. 
Em 1980, Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil, na Bienal do Livro de São Paulo, com o lançamento de O Menino Maluquinho. Esse livro se transformou no maior sucesso editorial da feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo. Foi adaptado para o teatro, o cinema e para a web e teve uma versão para ópera infantil, feita pelo maestro Ernani Aguiar. O Menino Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do menino nacional. Em 1989, começaram a ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos esse personagem.


Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê e o próprio Saci-Pererê transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Devido a essa homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista, sua arte foi espalhada pelos quatro cantos do planeta, com votos de boas festas, feliz Natal e feliz ano novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo brasileiro, Ziraldo aprecia o carnaval. Foi um dos primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do O Pasquim. Seu livro FLICTS já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao lado do filho Antônio. Mais recentemente, no carnaval de 1997, Ziraldo foi novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo também já teve diversas passagens pela televisão. Participou como jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos anos 60. Foi umentrevistador muito comentado na TV Educativa, com o programa “Ziraldo — o papo”, no início dos 90. Quando entrevistado, tem sempre pontos de vista interessantes a defender. Foi a personalidade que mais vezes compareceu ao programa “Jô Soares Onze e Meia”. Uma de suas frases mais conhecidas é "Ler é mais importante do que estudar". Outras idéias que ele lançou em entrevistas e que se tornaram quase campanhas públicas foram a de semear jardins de flores nas cidades e a de combater a subnutrição com macarrão vitaminado.
Em 1999, criou, de uma só vez, duas revistas que sacudiram os conceitos do ramo editorial: Bundas e Palavra. Bundas foi uma resposta bem-humorada à ostentação dos “famosos” que semanalmente aparecem na revista Caras. Reuniu grandes escritores, analistas políticos e cartunistas, muitos revelados no O Pasquim. Ao contrário do que o nome podia sugerir, era uma revista que tratava de assuntos muito sérios, todos ligados ao destino político do país. Por sua vez, Palavra se destinava a divulgar e discutir a arte que se faz longe do eixo Rio—São Paulo, que concentra a maior parte das publicações nacionais do gênero. É uma revista marcada pelo requinte da produção gráfica e pela originalidade do conteúdo.
Por ter criado uma vasta obra na área da literatura infanto-juvenil, Ziraldo foi convidado, em 2000, para montar um parque de diversões temático em Brasília. No Ziramundo, as crianças podem rodar dentro da panela do Menino Maluquinho e subir à Lua com o FLICTS.
Com o fim de Bundas, Ziraldo continuou a articular seus colaboradores para sustentar uma publicação de humor e opinião. Logo no início de 2002, surgiu OPasquim21, um jornal semanal que faz alusão ao histórico O Pasquim e continua a revelar talentos, especialmente na charge política e na caricatura.
No carnaval de 2003, Ziraldo voltou a ser homenageado por uma escola de samba. A paulistana Nenê de Vila Matilde levou o enredo “É Melhor ler... O Mundo Colorido de um Maluco Genial” e conquistou o 4° lugar. Mais uma vez, Ziraldo subiu num enorme carro alegórico e desfilou emocionado.


O marco dos 70 anos também foi oportunidade para a realização de um documentário sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”, exibido na TV Senac e realizado por Marisa Furtado. 
No mesmo ano estreou a ópera “O Menino Maluquinho” no Theatro Central de Juiz de Fora. A ópera foi escrita pelo maestro Ernani Aguiar com libreto de Maria Gessy. Os papéis principais são cantados por dois meninos e uma menina acompanhados por um coro também de crianças.
Em 2004 Ziraldo ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen.
Sua arte faz parte do nosso cotidiano e pode ser identificada em logotipos famosos; ilustrações de livros e revistas; caixinhas de fósforos, que viraram itens de colecionador; cartazes da Feira da Providência (no Rio) e do Ministério da Educação; centenas de camisetas e símbolos de campanhas públicas ou privadas. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos.


Livros do Ziraldo disponíveis na Biblioteca Municipal "Professor Sebas":


- A festa
- Almanaque Maluquinho: O Japão dos brasileiros
- As últimas anedotinhas do bichinho da maçã
- Uma professora muito maluquinha
- Este mundo é uma bola
- Flicts
- Mais anedotinhas do bichinho da maçã
- Menina Nina: duas razões para não chorar
- Muito prazer, bebê!
- O ABZ do Ziraldo
- O bichinho que queria crescer
- O joelho Juvenal
- O livro das mágicas do Menino Maluquinho
- O livro de receitas do Menino Maluquinho
- O menino da lua
- O menino e seu amigo
- O Menino Maluquinho
- O menino mais bonito do mundo
- O menino marrom
- Onde não está o Menino Maluquinho?
- Os dez amigos
- Pelegrino e Petrônio
- Quatro estações e um trem doido
- Rolando de rir
- Rolim
- Tem bicho no circo
- Tia nota 10
- Vito Grandam
- Vito Grandam: uma história de vôos
- Zap! Zap!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Grandes obras - O Pequeno Príncipe

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (29 de junho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.

Le Petit Prince, conhecido como "O Pequeno Príncipe" no Brasil, é um romance do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943 nos Estados Unidos. A princípio, aparentando ser um livro para crianças, tem um grande teor poético e filosófico. É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições. Também se trata da terceira obra literária (sendo a primeira a Bíblia e a segunda o livro o peregrino) mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 línguas ou dialetos.

O Pequeno Princípe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino. Pela mão do pequeno princípe, recupera a meninice abrindo uma brecha no tempo, volta a sentir o perfume de uma estrela , a ouvir a voz de uma flor, a ver o brilho de uma fonte, escutar os guizos das folhas batidas pelo vento. Quebra-se por momentos a crosta que generaliza o outro em todos e torna as coisas comuns e iguais para se descobrir os carneiros dentro das caixas, os elefantes dentro das serpentes. Uma leitura inesquecivél para todas as idades.

"O Pequeno Príncipe" é uma fábula. Ou, se preferirmos, uma parábola. Não é um livro para crianças, porque traz justamente a mensagem da infância, a mensagem da criança. Essa criança que irromperá de repente no deserto do teu coração, a milhas e milhas de qualquer região habitada, - e na qual reconhecerás (ó prodígio) os teus olhos, o teu riso, a tua alma de há vinte ou trinta anos. A menos que não queiras ver, na face do Pequeno Príncipe, a face de um outro, coroada com os espinhos da rosa...
Este livro também é um teste. É o verdadeiro desenho número 1. Se não quiseres compreender, se não te interessares pelo seu drama, aqui fica a sentença do Príncipe: - "Tu não és homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo!"                    

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Leitor da semana: João Edson Próspero

O leitor da semana na Biblioteca Municipal "Professor Sebas" é João Edson Próspero. Ele tem 30 anos, é sócio há 13 e frequenta a biblioteca toda semana. 
"A biblioteca é um dos raros locais que ainda valem a pena frequentar", diz João, que adora ler livros de autores que expõem opiniões independentes e novas filosofias de vida.
Na lista dos seus autores preferidos estão, André Vianco, Dan Brown, Sidney Sheldon, Nietzsche, Harold Robbins e Margaret George. 
Os livros que João recomenda são os seguintes:


Cromossomo 6 - Robin Cook


Assassinato, máfia, sequestro, avanço científico e floresta tropical são os ingredientes que Robin Cook manipula neste livro de suspense e horror. Tendo como cenários Nova York e a África Equatorial, ele mostra as assustadoras possibilidades médicas do futuro.
Carlo Franconi, um chefão da máfia nova-iorquina, é assassinado e seu corpo desaparece misteriosamente do necrotério. Alguns dias depois, um cadáver não identificado e mutilado é encontrado no mar e levado para a mesma mesa de autópsia. Os legistas Jack Stapleton e Laurie Montgomery identificam o corpo como sendo o do mafioso. Isso, porém, não elucida o mistério. Quem matou Franconi? Quem sequestrou seu cadáver no necrotério? Que segredo se esconde por trás dessa série de crimes?


O Sacrifício da Inocência - Taylor Caldwell


Ellen Watson nasceu na maior pobreza. Uma vida de humilhações e de trabalho pesado foi tudo que lhe coube. Até Jeremy Porter. Famoso advogado nava-iorquino, ele viu uma mulher de beleza irresistível na maltratada e esfarrapada empregadinha. Viu nela a mulher que iria desposar. Assim Ellen foi jogada num mundo para o qual não estava preparada - o mundo da política, da riqueza e do poder. Um mundo onde a sua inocência encantadora seria ameaçada pela hipocrisia e pela ambição sem limites. E Jeremy era o único que poderia salvá-la.

Dica do funcionário: A Metamorfose - Franz Kafka

A dica do funcionário desta semana é da Lislaine, que indica um famoso livro do autor Franz Kafka.


Franz Kafka (Praga, 3 de julho de 1883 — Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia em Praga, Áustria-Hungria (atual República Checa). O corpo de obras suas escritas— a maioria incompleta e publicadas postumamente — destaca-se entre as mais influentes da literatura ocidental.
Seu estilo literário presente em obras como a novela A Metamorfose (1915) e romances incluindo O Processo (1925) e O Castelo (1926) retrata indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.


"Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de insecto."
É deste modo que Kafka inicia "A Metamorfose",  a história de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante "obrigado" que deixou de ter vida própria para suportar financeiramente todas as despesas de casa.
Numa manhã, ao acordar para o trabalho, Gregor vê que se transformou num inseto horrível com um "dorso duro e inúmeras patas". A princípio, as suas preocupações passam por pensamentos práticos relacionados com a sua metamorfose.
Depois, as preocupações passam para um estado mais psicológico e até mesmo sentimental. Gregor sente-se magoado pela repulsa dos pais perante a sua metamorfose. Apenas a irmã se digna a levar-lhe a alimentação, mas mesmo assim a repulsa e o medo também começam a se manifestar. A metamorfose de Gregor vai além da modificação física. É sobretudo uma alteração de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões.
Gregor passa a analisar as coisas que o rodeiam com muito mais atenção. Outra metamorfose ocorre no seio familiar: o pai volta a trabalhar, a irmã (Grete) também arranja um emprego e passam a alugar quartos na própria casa onde habitam. As atitudes dos pais perante o filho retratam ao leitor a idéia que este era apenas o sustento da casa. "A Metamorfose" de Kafka não conta apenas a história de um homem que se transformou num inseto. É sobretudo uma história de alerta à sociedade e aos comportamentos humanos. Nesta história, Kafka presenteia-nos com a sua escrita sui generis, retratando o desespero do homem perante o absurdo do mundo.
Interessante perceber que em nenhum momento da obra, Gregor se dá conta realmente que se transformou num inseto. Apenas observa seus novos membros, órgãos e hábitos, mas com o tempo se acomoda na nova condição sem realmente entender no que se tornara.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Biblioteca oferece atendimento a portadores de necessidades especiais

A Biblioteca Municipal "Professor Sebas" possui instituído desde 2007, através de lei municipal, um serviço de atendimento especial aos portadores de necessidades especiais impossibilitados de locomoção. Na gestão da Associação Cultural Quintal das Artes, o serviço também está disponível. Os interessados em utilizar o serviço, deverão se cadastrar na Biblioteca Municipal, ou por telefone, tornando-se sócio da mesma. A partir daí, a solicitação de livros acontece por telefone ou por e-mail e o serviço de entrega é domiciliar. O telefone da biblioteca é o 3673 3521, e o endereço eletrônico é bibliotecaprofsebas@gmail.com. Saiba das novidades no acervo de livros, notícias e informações acessando o blog http://bibliotambau.blogspot.com.

Acervo Histórico do Jornal "O Tambaú" começa a ser encadernado


Esta semana foram concluídos os onze primeiros livros contendo 11 anos de história de Tambaú. Trata-se do acervo histórico do jornal "O Tambaú", que está sendo encadernado pela Associação Cultural Quintal das Artes e faz parte do acervo da Biblioteca Municipal "Professor Sebas".
Feitos pela empresa Encadernações Barone, de Ribeirão Preto, os livros são em capa dura e ideais para conservar estes importantes documentos da história da cidade.
Os primeiros anos encadernados a pedido da Quintal das Artes foram 1914, 1915, 1916, 1917, 1918, 1919, 1921, 1923, 1943, 1944 e 1954.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Notícia da semana: Um estranho no ninho na lista dos mais vendidos

Com "A Batalha do Apocalipse", o carioca Eduardo Spohr ocupa vaga entre os best-sellers, fato raro entre os brasileiros


Um estranho no ninho vem frequentando a lista dos livros mais vendidos na categoria ficção: há oito semanas, segundo a aferição publicada pelo "Sabático", o carioca Eduardo Spohr figura na 7ª posição, com seu romance "A Batalha do Apocalipse". Um feito especial, uma vez que essa lista é território praticamente exclusivo de estrangeiros, especialmente Dan Brown - a exceção é Paulo Coelho. "Na verdade, devo esse privilégio à ação dos meus leitores, que criaram uma divulgação eficiente nas redes sociais", conta Spohr.
"A Batalha do Apocalipse" narra o confronto entre o céu e o inferno no Dia do Juízo Final. Ablon, o personagem central, representa a própria dualidade do ser humano - trata-se de um anjo renegado que vive o dilema de não poder se juntar às tropas do Bem, mas também não quer ceder às tentações do Mal.
"Como sempre me interessei por metáforas filosóficas em filmes como 'Matrix'  e 'Guerra nas Estrelas', utilizei o mesmo recurso na história", conta o autor. "Mas isso não pode ser mais importante que os personagens. Utilizando um linguajar dos nerds, isso é um 'skin', ou seja, uma pele que você muda de acordo com o ambiente. A pele é a pesquisa enquanto o coração são os personagens, a trama".
Spohr, de 34 anos, jornalista de formação com especialização em mídias digitais, revela-se um grande devorador desse segmento da cultura pop. Ele gosta, por exemplo, do trabalho do mitólogo americano Joseph Campbell (1904-1987), cujo livro "A Jornada do Herói" inspirou diversas personalidades do cinema - Walt Disney, por exemplo, usou tal obra como parâmetro na criação dos heróis do estúdio; George Lucas confessou o mesmo quando realizou "Guerra nas Estrelas" e o mesmo aconteceu aos irmãos Wachowskis, cineastas que beberam na mesma fonte para dar vida aos personagens de "Matrix".
O livro de Spohr criou uma crescente legião de fãs. Publicado inicialmente de forma independente pelo autor, logo se tornou um sucesso de vendas no site Nerdstore, no qual atingiu a marca de 4600 exemplares vendidos apenas pela internet e divulgado espontaneamente pelos internautas.
O fenômeno despertou a atenção dos editores do Grupo Record que, por meio de um de seus selos, a Verus, contratou o título e o lançou nacionalmente este ano. Em pouco tempo, foram vendidos 20 mil exemplares, somando quatro edições. O sucesso foi consolidado na Bienal do Livro de São Paulo, quando filas enormes de leitores foram convocadas pelo twitter. "Costumo brincar que eles são meus patrões, que pagam meu salário", conta Spohr, que também ambienta sua história no Rio de Janeiro. "Por que não? Dou a desculpa de que o Brasil é um dos países neutros."


O livro "A Batalha do Apocalipse" está disponível na biblioteca para empréstimo.


Por Ubiratan Brasil
O Estado de São Paulo
30/09/2010

Novos livros disponíveis para empréstimo

Não Há Silêncio Que Não Termine: Meus Anos de Cativeiro na Selva Colombiana 


Filha de uma tradicional família colombiana, educada na Europa, Ingrid Betancourt resolveu abandonar a segurança de uma vida confortável para dedicar-se aos problemas de seu conturbado país. Elegendo-se sucessivamente deputada e senadora, Ingrid fundou em 1998 o partido Oxigênio Verde, com o objetivo de trazer novas esperanças à política colombiana, marcada pela violência sectária e pela corrupção. Interessada em promover o diálogo entre as diversas facções da guerra civil que há décadas dilacera a Colômbia, a jovem senadora resolveu em 2001 lançar sua candidatura às eleições presidenciais. 


No ano seguinte, durante uma viagem de campanha ao único município governado por um prefeito de seu partido, a candidata - então mal colocada nas pesquisas - foi sequestrada por um comando das Farc, junto com diversos assessores e seguranças, num episódio até hoje mal explicado. Levada para o interior da selva em inúmeras viagens de barco, caminhão e marchas a pé, Ingrid se viu repentinamente desligada do convívio dos amigos e da família, isolada do mundo exterior em meio a guerrilheiros fortemente armados. 


A autora de Não Há Silêncio Que Não Termine passaria mais de seis anos em poder das Farc. Sua visível agonia, documentada por cartas e "provas de vida" em vídeo, bem como sua libertação numa célebre e cinematográfica operação do Exército colombiano, em 2008, chamaria novamente as atenções do mundo para o conflito que atualmente ameaça a paz no continente Sul-americano. Este livro é o relato contundente de sua experiência como prisioneira da guerrilha narcotraficante, em meio à fome, à doença e às humilhantes condições impostas pelos sequestradores. Os momentos mais dramáticos de sua longa crônica de desventuras certamente são as desesperadas tentativas de fuga. Decidida a recuperar sua liberdade a qualquer custo, Ingrid tentou escapar diversas vezes, sendo invariavelmente recapturada pela guerrilha, faminta e perdida na selva. 


A vítima retrata seus algozes sem rancor, descrevendo-os em sua miséria política e humana. O bem-sucedido fim do sequestro, em julho de 2008, encerra o livro num tom de cautelosa esperança, dedicado à preocupante situação dos reféns ainda em poder das Farc.



1822 

"Foi como um simples tropeiro, às voltas com as dificuldades naturais do corpo e de seu tempo, que D. Pedro proclamou a Independência."

Um livro que desvenda os acontecimentos históricos com uma metodologia sem falhas e que se lê com um sorriso nos lábios.

O livro 1822 pretende mostrar que país era este que a corte de D. João deixava para trás ao retornar a Lisboa, em 1821. Vai falar do Grito do Ipiranga, das enormes dificuldades do Primeiro Reinado, da abdicação de D. Pedro, em 1831, sua volta a Portugal para enfrentar o irmão, D. Miguel, que havia usurpado o trono, e a morte em 1834.




A Batalha do Apocalipse: Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo

"Não há na literatura em língua portuguesa conhecida nada que se pareça com A Batalha do Apocalipse." - José Louzeiro, escritor e roteirista

Há muitos e muitos anos, tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o Dia do Juízo Final.

Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Relatório estatístico da Biblioteca Municipal - Setembro/2010

 Atendimento ao público – segunda à sexta-feira – 08:00h às 17:00h


b)   Seleção e aquisição:


a)      Livros processados no mês: 51

b)     Total de livros no acervo: 30.264

c)      Revistas processadas no mês: 37

d)     Total de revistas no acervo: 2.743

e)      Total de gibis (histórias em quadrinhos): 1.589

f)      Nº de empréstimos no mês: 1.220

Total no ano* : 7.847

g)     Total de consultas no mês: 188

Total no ano*: 2.261

h)     Frequencia de leitores no mês: 549

Total no ano*: 3.525

i)       Nº de sócios inscritos no mês: 30

Total no ano*: 138

Total de sócios inscritos na biblioteca: 7.363



Novas Aquisições:

·         REID- HENRY, Simon – Fidel e Che: uma amizade revolucionária
·         CRONIN, Justin – A passagem
·         PAOLINI, Christopher – Eldest – vol. 2
·         PAOLINI, Christopher – Brisingr – vol. 3
·         P.C Cast; LEAH, Wilson – Imortal
·         RIORDAN, Rick – Os arquivos do semi-deus (Percy Jackson e os Olimpianos)
·         TROISI, Licia – A garota da terra do vento (Crônicas do mundo emerso – vol. 1)
·         TROISI, Licia – A missão de Senar (Crônicas do mundo emerso – vol. 2)
·         TROISI, Licia – O talismã do poder (Crônicas do mundo emerso – vol. 3)
·         TROISI, Licia – A seita dos assassinos (Guerras do mundo emerso – vol. 1)
·         TROISI, Licia – As duas guerreiras (Guerras do mundo emerso – vol. 2)


Livros mais procurados:                    

- SMITH, L.J. – “Série Diários do Vampiro – volumes 1 a 4”
- MEYER, Stephenie. “A Breve segunda vida de Bree Tanner”
- BROWN, Dan. “O símbolo perdido”
- FITZPATRICK, Becca -“Sussurro”
- SPARKS, Nicholas - “Querido John” e “A última música”
- CHOPRA, Deepak - “O efeito sombra”
- FALLETI, Giorgio. “Eu mato”
- MACMANN, Lisa. “Wake: Despertar”
- BOYNE, John. “O garoto no convés”
- KEYES, Marian.  “Tem alguém aí?”
- NOEL, Alison . “Para Sempre: Os Imortais - vol. 1” e “Lua Azul: Os imortais – vol. 2”
- COELHO, Paulo.  “O Aleph"
- HOFFMAN, Paul. “A mão esquerda de Deus’
- BORGO, Érico; FORLANi, Marcelo; HESSEL, Marcelo. “ Almanaque do Cinema”
- VINIL, Kid.  “Almanaque do Rock”
- ALLENDE, Isabel. “A ilha sob o mar”
- NARLOCH, Leandro. “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”
- KATE, Lauren. “Fallen”
- XAVIER, Francisco – “Nosso Lar”
- GASPARETO, Zíbia – “Se abrindo pra vida”



Livros infanto-juvenis mais procurados:

- CABOT, Meg. “Série – A mediadora” – volumes 1 a 6
- KINNEY, Jeff - “Diário de um banana” – volumes 1,2 e 3
- RIORDAN, Rick. “Coleção Percy Jackson e os Olimpianos” – volumes 1 a 5 e  “Os arquivos do semi-deus”
- REBOUÇAS, Talita – “Fala sério mãe!”
- SOUSA, Maurício de – “Coisas que os garotos devem saber” e “Coisas que as garotas devem saber”





Josiane Cristina da Silva
Bibliotecária – CRB-8/8360 



Grandes autores: Sidney Sheldon

Em abril de 1985, Sidney Sheldon desembarcou no Brasil para o lançamento de "Se houver amanhã", e participou de uma noite de autógrafos em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, cenário dos capítulos finais desse romance e que serve de refúgio à personagem central do livro, um escroque audacioso e simpático. Cercado por uma intensa campanha publicitária, Sheldon verificou seu enorme prestígio diante do público brasileiro.



Milionário e famoso, Sidney Sheldon jamais abandonou sua rotina de trabalho, ditando cerca de cinquenta laudas por dia à sua secretária. Apesar desse ritmo intenso, Sheldon levava cerca de três anos para escrever um romance, desde a pesquisa da história e as personagens até a entrega dos originais para o editor.
Filho de Otto Sheldon, um vendedor, e Natalie Sheldon, Sidney nasceu em Chicago, Ilinois, no dia 11 de fevereiro de 1917. Terminou o curso secundário em 1935 e logo depois ingressou na Universidade de Northwestern, em Evanston, no Ilinois. Para sobreviver aos duros anos da depressão, teve de abandonar os estudos para trabalhar como vendedor de sapatos, locutor de rádio e empregado de hotel. Por essa época compunha músicas, e uma delas, "My silent self", era uma das mais solicitadas nos salões do Bismarck Hotel, na sua cidade, onde trabalhava como contínuo. 



Sonhando ser um compositor famoso, seguiu para Nova York em 1936, mas seis meses de frustração foram suficientes para que decidisse abandonar a música e resolvesse tentar a sorte em Hollywood, como leitor e adaptador de obras literárias para o cinema. Aos 17 anos, adaptou o romance "Ratos e homens", de John Steinbeck, e foi contratado pela Universal, iniciando assim uma longa e bem-sucedida ligação com o mundo do cinema. Ao todo, trabalhou em trinta filmes como roteirista, diretor e produtor.
Mas, apesar do sucesso, Sheldon quis tentar conquistar o público de teatro, supostamente mais exigente. No final dos anos 50, estava na Broadway, onde encenou oito peças, conhecendo tanto o sucesso com "Rodhead" - que ganhou o prêmio Tonny de melhor musical e permaneceu dois anos em cartaz - quanto o fracasso de "Roman Candle", que não passou de cinco dias em cena. Da Broadway, foi para o ainda novo universo da televisão, e pelo menos três, dos mais de duzentos roteiros que criou, estão na memória de milhões de telespectadores e na programação de muitos canais de tevê até hoje: "The Party Duke Show" (uma comédia acerca de uma típica família de classe média americana), "Jeannie é um gênio" e "Casal 20".
Assim como já havia utilizado a experiência do teatro para fazer televisão, o inquieto Sheldon soube aproveitar seu conhecimento dos meios de comunicação de massa para criar enredos literários que conquistassem um amplo público. Em 1970, aos 53 anos de idade, publicava seu primeiro romance, "A outra face", que dosava admiravelmente os ingredientes que compõem os best sellers,
Casado desde 1951 com a ex-atriz Jorja Curtwright, Sidney Sheldon vendeu mais de 300 milhões de livros em todo o mundo. É o único escritor que recebeu quatro dos mais cobiçados prêmios da indústria cultural americana: o Oscar (cinema), o Emmy (tv), o Tony (teatro) e o Edgar (literatura) de suspense. É atualmente o autor mais traduzido em todo o planeta, cujos romances foram vendidos em 51 idiomas e distribuídos em 180 países.
Mesmo não sendo um escritor elogiado pelos críticos, Sheldon se orgulhava da autenticidade das suas obras, uma vez que essas eram escritas segundo experiências vividas pelo autor.
Sheldon, um dos escritores mais produtivos da literatura americana contemporânea, morreu no dia 30 de janeiro de 2007, em Los Angeles, aos 89 anos, devido a complicações causadas por uma pneumonia



Livros de Sidney Sheldon disponíveis na Biblioteca Municipal "Professor Sebas" para empréstimo:


- O reverso da medalha
- Os doze mandamentos
- Se houver amanhã
- Um capricho dos deuses
- Um estranho no espelho
- O fantasma da meia-noite
- O plano perfeito
- Conte-me os seus sonhos
- O céu está caindo
- A herdeira
- A ira dos anjos
- A outra face
- A perseguição
- As areias do tempo
- Corridas pela herança
- Escrito nas estrelas
- Juízo final
- Lembranças da meia-noite
- Manhã, tarde e noite
- Nada dura para sempre
- Outro lado da meia-noite
- Quem tem medo do escuro?
- O outro lado de mim

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Grandes obras: "Drácula" e "Anos Rebeldes"

Bram Stoker (1847-1912) é o criador genial de uma das mais famosas e horripilantes histórias de terror de todos os tempos. Baseado no folclore da Transilvânia e num personagem real (o rei Vlad, o Empalador), redigiu um relato que tem assombrado gerações consecutivas de leitores, transformando-se num mito adaptado para o cinema, quadrinhos e TV, talvez o mais significativo destes últimos dois séculos.
"Drácula" é uma história de vampiros e lobisomens, de criaturas que estando mortas permanecem vivas. É também uma história de pessoas corajosas que se lançam à destruição de uma insólita e maléfica ameaça. Como quer que seja, permanece intacta nestas páginas a mesma emoção de milhões de leitores e espectadores que penetraram na história que se inicia num castelo desolado nas sombrias florestas da Transilvânia. Lá, um jovem inglês é mantido em cativeiro, à espera de um destino terrível. Longe dele, sua noiva bela e jovem é atacada por uma doença misteriosa que parece extrair o sangue de suas veias. Por trás de tudo, a força sinistra que ameaça suas vidas: Conde Drácula, o vampiro vindo do fundo dos séculos.




Foram anos de crença, esse anos rebeldes. Acreditava-se no homem e no mundo, no marxismo e na psicanálise, na política e na moral, e tinha-se fé na Revolução que ia mudar o país, a Terra e a humanidade. Foram anos generosos. Por isso, revivê-los hoje é quase uma obrigação cívica, além de necessidade histórica, Não é por nostalgia, mas por pedagogia, que vale a pena mostrar aos nossos tempos de razão cínica, memória curta e amnésia crônica que houve uma época - tão próxima e moralmente tão distante - em que uma geração viveu a política como ética, a paixão como valor e o sonho como realidade. Existe hoje coisa mais nova? Olhar para ele não é voltar atrás: é criticar o presente.
"Anos Rebeldes" é uma fascinante viagem por esse passado recente que a ditadura militar tentou apagar da memória coletiva. O seu pano de fundo é a História, mas é a ficção que conduz a trama. O entrosamento entre as duas, ficção e História, consegue devolver aquilo que, a meu ver, é a melhor matéria-prima produzida e legada pelos anos 60: o casamento da emoção com a ética. Quem viveu, verá. Gilberto faz isso como mestre.
Aliás, já está na hora de se deixar de lado as restrições mentais e elitistas e a inveja do sucesso alheioe reconhecer que Gilberto Braga é realmente um craque, é um dos nossos melhores criadores. Fez a desconstrução crítica do país do vale-tudo, a construção sonhada dos anos dourados e agora a reconstrução histórica, rigorosa, mas sobretudo, amorosa, do Brasil dos anos rebeldes.