quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Notícia da semana: Sobrevivente de Auschwitz lança memórias no país

Eva Schloss, 81, que está no Brasil, conheceu Anne Frank, cujo diário se tornou famoso, na adolescência


"A História de Eva" retoma descrição do Holocausto a partir do ponto em que relato da colega terminou


A austríaca Eva Schloss, 81, é uma espécie de meia irmã da alemã Anne Frank, cujos diários escritos durante a Segunda Guerra Mundial, comoveram o mundo.
Ambas de origem judaica, elas se conheceram quando eram adolescentes, na Holanda, já ocupada pelos nazistas. Seus destinos, embora distintos, se entrelaçam.
Anne morreu num campo de concentração em 1945. Eva passou pelo mesmo horror mas sobreviveu para contar a história. Depois da guerra, sua mãe se casou com Otto Frank, pai de Anne, e o casal foi responsável pela publicação e divulgação dos diários da adolescente.
Eva Schloss escreveu, em 1988, o livro "A História de Eva", que está sendo lançado no Brasil pela editora Record.
Sua narrativa continua no ponto em que Anne parou. Ela conta de forma crua sua passagem por Auschwitz, onde perdeu o pai e um irmão, e viu sua mãe escapar por pouco da câmara de gás.
Desde a semana passada, a autora está no país.
Hoje, em São Paulo, visita uma escola pública de Paraisópolis e assiste, no clube Hebraica, a uma leitura da peça "O Diário de Anne Frank", feita por Milton Gonçalves em sua homenagem.
Eva conta que, quando escreveu o livro, já não tinha a mesma descrença na humanidade, mas que jamais conseguiu entender por que pessoas comuns foram capazes de tamanha atrocidade.
Faz questão de tirar o casaco para mostrar a tatuagem no braço, sua identificação no campo de concentração.
"Foi o crime mais horrível já cometido pela humanidade, e as histórias precisam ser lembradas para que nunca mais se repita", diz.


por Marcelo Bortoloti
Folha de São Paulo - 18/11/10

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