sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Grandes obras: O Livreiro de Cabul

O Livreiro de Cabul (no original, Bokhandleren i Kabul) é um livro da jornalista norueguesa Åsne Seierstad, lançado em 2006.
A autora foi correspondente de guerra no Afeganistão durante algum tempo. Em 2002, após a queda do regime talibã, durante três meses viveu na casa de Sultan Kan, um livreiro em Cabul, e cujo nome verdadeiro é Shan Mahammad Rais. A partir dessa convivência surgiu a obra, que é uma narrativa - e uma reportagem - sobre a condição em que vivem as famílias, e principalmente, as mulheres afegãs.
O livro rapidamente tornou-se um grande sucesso mundial e foi traduzido para várias línguas.
Asne Seierstad relata a princípio seu envolvimento com a família de Sultan, onde podia transitar entre homens e mulheres, por serhóspede dele e estrangeira, mesmo assim resolveu usar a burcapara entender melhor as mulheres afegãs e também por proteção, uma vez que as mulheres que vestem a burca são deixadas em paz pelos ladrões.O mais marcante é que apesar de ser um homem culto e bem informado Sultan é um ditador nas relações familiares, casou-se uma segunda vez como permite a tradição muçulmana, embora as mulheres de sua família (as mulheres sáo responsavéis por entrar em contato com a família da esposa pretendida) não concordassem com um segundo casamento. Obriga os filhos a trabalhar nas livrarias, mesmo contra a vontade, e largando a escola. Embora uma das suas irmãs seja professora, a outra é tratada como empregada em sua casa, seus filhos a tratam mal, e Sultan e sua nova esposa adolescente - Sonia - tem privilégios comparada a situação das outras pessoas da famíllia. Seu filho mais velho - Mansur - fuma e comete alguns deslizes na ausência do pai, inconformado em fazer um trabalho que não gosta e não ter liberdade. A convivência entre as esposas de Sultan nem sempre é pacífica, pois ele pretere a primeira em prol da segunda. E por trás do cotidiano dessa família está a situação política de um Afeganistão dividido por chefes tribais que se degladiam de acordo com seus interesses econômicos e políticos, auxiliando ou não os soldados americanos que estão em seu território na procura pelos responsáveis pelo ataque do 11 de setembro.

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