"Eu sabia que tinha um livro bom. Mas precisava ser lida", diz. Ela conseguiu. Hoje, Thalita tem 11 livros publicados e está perto da marca de 1 milhão de exemplares.
Thalita faz uma crônica adolescente - embora meninas de 8 anos já sejam suas leitoras. Seus livros falam do cotidiano das garotas em casa, na escola, entre amigas. As inseguranças, o corpo mudando, a idolatria por astros do mundo pop. São muitos diálogos, linguagem coloquial e narrativa ágil. Aos 36 anos, casada, mas sem filhos, ela diz que sua inspiração são os relatos das amigas que são mães e de jovens que ela conhece na internet, além de muita observação. "Vou a um restaurante ou à praia e fico só absorvendo o que as pessoas dizem. Depois invento as histórias. Os leitores me dizem que parece que vejo tudo pelo buraco da fechadura", diz. Os livros são sempre em primeira pessoa e não costumam ter uma "moral da história" explícita. "Esse tipo de maniqueísmo é chato."
Filha única de um dentista e de uma dona de casa, Thalita morou com os avós dos 4 aos 14 anos, depois que os pais se separaram. Na adolescência, gostava de Ziraldo, Ruth Rocha e da série "Para gostar de ler", que tinha crônicas de autores como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Luis Fernando Veríssimo. Como gostava de escrever, formou-se em jornalismo e chegou a trabalhar em redações, cobrindo esporte e economia. Também trabalhou como assessora de comunicação, quando conseguiu fazer um curso em Nova York. Lá, decidiu que iria atrás do sonho. "Meus pais ficaram megachateados", afirma.
Neste ano, ela lança o "Fala sério, filha!" e "Era uma vez uma primeira vez", este sobre a perda da virgindade. "Alô, pais, esse não é para criança, não, hein?", afirma.
O sucesso a levou para a televisão. Ganhou um quadro no "Esporte Espetacular" e no "Vídeo Show" da Tv Globo. Faz reportagens sobre o mundo teen, como a entrevista com o Jonas Brothers, e de variedade. Em janeiro, seu nome ficou durante uma tarde toda nos Trending Topics do Twitter, depois que levou uma atriz de "Malhação" para aprender samba numa quadra. E revelou sua própria tática, que ela chama de "esperando o ônibus". Ela explica: "Você vai jogando o quadril para um lado, cadê esse ônibus, e para o outro, o ônibus não vem, e vai e rebola...". Isso tudo ela faz de pé, no restaurante onde foi feita a entrevista. Thalita é uma doce cara de pau. Talvez isso seja seu maior trunfo para ser amada pelos adolescentes.
Por Martha Mendonça
Revista VEJA - 17/01/2011
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