quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Notícia da semana: "Comer Rezar Amar" estreia nos cinemas

"Comer Rezar Amar" seduz o público feminino com a autenticidade (e o escapismo) de sua heroína. Mas pode dar um sono nos marmanjos...



Depois de consumir umas margaritas a mais em um luau,a riponga Liz Gilbert (Julia Roberts) é despertada em um bangalô em Bali pelo homem dos seus sonhos. Felipe, um tigrão brasileiro que essa mulher desencantada com o amor conhecera de relance na noitada, entra de surpresa no local para lhe oferecer um chamego e um chá antirressaca. Como esse brasileiro é interpretado por um espanhol que atiça as mulheres - Javier Bardem -, não fica dúvida quanto ao alcance da virada na vida sentimental de Liz. A heroína de "Comer Rezar Amar" (Eat Pray Love, Estados Unidos, 2010), que estreia nesta sexta-feira, é uma trintona que se insurge contra o que há de anestesiante em sua existência (ainda que vá buscar o antídoto em atividade ainda mais anestesiantes, como a meditação). Ela se divorcia do primeiro marido por não se conformar com o relacionamento medíocre. Assim como no best-seller autobiográfico da Elizabeth Gilbert de carne e osso, que totaliza 8,5 milhões de exemplares vendidos no mundo, a personagem empreende aquilo que o jargão da autoajuda chamaria de "jornada de autoconhecimento", visitando três países. Na Itália, ela redescobre o prazer de viver no primeiro verbo do título: entope-se tão loucamente de espaguete e pizza que já não caberá nas suas calças. Na Índia, aplacará a desilusão com a meditação - ou seja, rezando. Com o namorado brasileiro na ilha indonésia, ela finalmente conjugará o terceiro verbo em meio a arrozais deslumbrantes e praias de água transparente. O filme, como o livro, é um franco elogio ao escapismo.

Em "Comer Rezar Amar", o diretor e roteirista Ryan Murphy não exercita a ironia que marca as séries de TV que lhe deram fama, como a musical "Glee". Mas ele tem o mérito de conseguir transpor para a tela o humor do original - elementos que, afinal, conferem algum charme ao livro de Liz Gilbert. Tome-se a entrega da protagonista à espiritualidade. Embora Liz extraia algo transformador dessa imersão, em momento algum deixa de contrapor quanto há de patético na empreitada zen. Na Índia, ela mal consegue meditar de tanto ser picada por mosquitos. O país que se vê em "Comer Rezar Amar", aliás, é sujo e caótico. Está mais para o registro realista do filme "Quem quer ser um milionário?" do que para o novelão de Glória Perez.
Julia Roberts empolgou-se com o papel (e, de resto, não o compromete) por ser fã da obra de Liz Gilert. Para a ala feminina que cerra fileiras com ela, o filme não será uma decepção. "Comer Rezar Amar" transmite autenticidade em seu esforço de espelhar certas angústias da mulher moderna. Para o público masculino. no entanto, resta não dar muita bandeira no acréscimo de um quarto verbo ao título: "dormir".



Por Marcelo Marthe
Revista Veja - 29/09/2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dica do funcionário: O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

A dica do funcionário da biblioteca hoje é do Bruno Dutra, que indica "O Livro de Ouro da Mitologia - História de Deuses e Heróis", de Thomas Bulfinch.


Thomas Bulfinch (1796 - 1867) ganhou enorme audiência quando da publicação de "A Idade da Fábula", em 1855, sobre mitologia. Sua fama de contador de histórias seguiu crescendo com a publicação de "A Idade da Cavalaria", em 1858 e em 1862, com "A Lenda de Carlos Magno".
De edição em edição sua popularidade aumentou, a ponto de sua obra vir a ser considerada a melhor introdução, a mais legível e útil, para o conhecimento dos clássicos de mitologia que permeiam nossa cultura, sobretudo nossa literatura.
De fato, sua versão para as histórias de deuses e heróis ficou conhecida como "A Mitologia de Bulfinch".
"O Livro de Ouro da Mitologia" é uma referência para aqueles que estudam, gostam e usam os mitos e suas significações, seja na escola, na literatura e - por que não? - na vida diária.


A guerra de Tróia, Hércules, Minerva, Midas, as divindades rurais, as mitologias oriental e nórdica,
os druidas, são alguns dos temas tratados nessa obra que conquistou milhares de pessoas.
Você leitor ficará fascinado com as mais encantadoras histórias e adquirirá conhecimentos indispensáveis à sua formação cultural.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Leitor da semana: Serena Brasileiro Natto Bueno

A leitora da semana na Biblioteca Municipal "Professor Sebas" é Serena Brasileiro Natto Bueno, de 12 anos. Ela é sócia da biblioteca há 5 anos e adora livros de romance, aventura, ficção e comédia.
"Frequento a biblioteca todas as semanas. Me ajuda nos trabalhos da escola, me ajuda a ler melhor. Aprendo novos tipos de linguagem e enriqueço meu vocabulário", diz Serena, que adorou ler as sagas dos vampiros de Stephenie Meyer, da série Crepúsculo, e adorou acompanhar as aventuras de Harry Potter. Os gibis da turma da Mônica também fazem parte de sua seleção.
Os livros que ela indica são:



Estar irrevogavelmente apaixonada por um vampiro é tanto uma fantasia como um pesadelo, costurados em uma perigosa realidade para Bella Swan. Empurrada em uma direção por sua intensa paixão por Edward Cullen, e em outra, por sua profunda ligação com o lobisomem Jacob Black, ela resistiu a um tumultuado ano de tentação, perda e conflito, para atingir o momento da decisão final. Essa escolha fatal entre fazer parte do obscuro, mas sedutor, mundo dos imortais ou seguir uma vida totalmente humana se tornou o marco que poderá transformar o destino dos dois clãs: vampiros e lobisomens.


Agora que Bella tomou sua decisão, uma corrente de acontecimentos sem precedentes se desdobrará, com consequências devastadoras. No momento em que as feridas parecem prontas para ser cicatrizadas, e os desgastantes confrontos da vida de Bella, resolvidos, isso pode significar a destruição. Para todos. Para sempre. Assombroso e de tirar o fôlego, Amanhecer, a aguardada conclusão da saga Crepúsculo, esclarece os mistérios e os segredos desse fascinante épico romântico que tem arrebatado milhões de leitores.

Harry Potter está prestes a fazer 17 anos, mas, ao contrário das outras vezes, não irá para Hogwarts após seu aniversário. Agora, escoltado por uma verdadeira brigada de bruxos, ele precisa fugir, antes que Voldemort o encontre. Esse ingresso brusco na vida adulta marca o início da aventura do jovem bruxo no último livro da série, Harry Potter e as Relíquias da Morte

Em 
Harry Potter e as Relíquias da Morte, o encontro inevitável com Lord Voldemort não pode mais ser adiado. Harry, no entanto, precisa ganhar tempo para encontrar as Horcruxes que ainda estão faltando. E, pelo caminho, descobrir o que são afinal as Relíquias da Morte e como ele pode usá-las contra o Lorde das Trevas. Seguindo as poucas pistas deixadas por Dumbledore, Harry conta apenas com a ajuda dos leais amigos Rony e Hermione.
Juntos, eles percorrem lugares nunca visitados, descobrem histórias nebulosas sobre pessoas queridas e acabam por desvendar mistérios que os incomodavam há muito tempo. Enquanto Harry, Rony e Hermione vagam por diferentes lugares em busca de pistas, J. K. Rowling vai revelando aspectos até então desconhecidos sobre os principais personagens.
Em sua última e derradeira aventura, Harry não é exposto apenas a batalhas. Ele precisa superar traições, surpresas e, mais do que nunca, aprender a lidar com os próprios sentimentos. Como em todos os livros da série, o amor e a amizade são elementos-chave para a trama. Em 
Harry Potter e as Relíquias da Morte, J. K. Rowling leva o leitor por uma trilha de suspense, com sustos ininterruptos até a última página, quando entrega, por completo, toda a verdade e conclui os passos de herói de Harry Potter na maior saga bruxa de todos os tempos.

Os livros estão disponíveis na biblioteca para empréstimo.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Grandes autores: Anne Rice

Anne Rice (Nova Orleans, Louisiana, 4 de Outubro de 1941) é uma escritora norte-americana, autora de séries de terror e fantasia.
Nascida Howard Allen O'Brien, ela mesma escolheu 'Anne' como primeiro nome, ao entrar na escola. Em 1956 perdeu a mãe, Katherine, e dois anos depois, com o pai casado novamente, a família mudou-se para a cidade de Richardson, no Texas, onde Anne conheceu seu futuro marido, o poeta e pintor Stan Rice.
Em seus livros ela invariavelmente apresenta seus vampiros como indivíduos com suas paixões, teorias, sentimentos, defeitos e qualidades como os seres humanos mas com a diferença de lutarem pela sua sobrevivência através do sangue de suas vítimas e sua própria existência, que para alguns deles, é um fardo a ser carregado através das décadas, séculos e até milênios.
Seu livro de maior sucesso é "Entrevista com o vampiro". Anne relata que escreveu esse livro em apenas uma semana, após a morte de sua filha por leucemia, filha esta que está brilhantemente retratada na personagem Cláudia. Entrevista com o Vampiro foi para as telas dos cinemas, sendo que Anne escreveu o roteiro e acompanhou de perto a produção. Na época do lançamento do filme foi amplamente divulgado. A decepção da autora foi quanto a escolha do ator para o personagem Lestat (Tom Cruise), sendo divulgado que ela o considerava apenas um rostinho bonito e sua preferência era o ator Rutger Hauer (inclusive no livro A História do Ladrão de Corpos, através de uma fala de Lestat, ela indica isto). Após a estréia ela voltou atrás.
Já no segundo filme, "A Rainha dos Condenados", Anne não teve qualquer participação em nenhuma etapa de sua produção, o que pode explicar a pouca repercussão que o filme obteve e as extremas "licenças" poéticas que os produtores tomaram a liberdade de fazer descaracterizando pontos importantes da saga dos vampiros.
Em 2005 Rice anunciou que, após o falecimento de seu marido Stan Rice, deixará de escrever obras sobre vampiros, bruxas e outros seres fantásticos, e agora irá se dedicar a outros gêneros literários.
Em Christ The Lord: Out of Egypt, lançado em 2005, Rice despede-se dos seus temas habituais para escrever um retrato curioso de um Jesus aos sete anos de idade, partindo do Egito com a família, para voltar para sua casa em Nazaré. Neste livro, Rice nos brinda com um comovente epílogo no qual ela descreve o recente retorno à sua fé Católica e avalia de forma divertida e ácida a moda dos estudos bíblicos nos dias de hoje.


Série Crônicas Vampirescas
Interview with the Vampire (1976) / Entrevista com o Vampiro
The Vampire Lestat (1985) / O Vampiro Lestat
The Queen of the Damned (1988)/ A Rainha dos Condenados
The Tale of the Body Thief (1992) / A História do Ladrão de Corpos
Memnoch the Devil (1995) / Memnoch
The Vampire Armand (1998) / O Vampiro Armand
Merrick (2000) / Merrick
Blood and Gold (2001) / Sangue e Ouro
Blackwood Farm (2002) / A Fazenda Blackwood
Blood Canticle (2003)/ Cântico de Sangue


Série Novos Contos de Vampiros
Pandora (1997) / Pandora
Vittorio the Vampire (1999) / Vittorio, o Vampiro


Série Bruxas Mayfair
The Witching Hour (1990) / A Hora das Bruxas I e II
Lasher (1993) / Lasher
Taltos (1994) / Taltos


Série Beauty
(todos como A. N. Roquelaure)
The Claiming of Sleeping Beauty (1983)/ O Sequestro da Bela Adormecida
Beauty's Punishment (1984)/ O Castigo da Bela adormecida
Beauty's Release (1985)/ A Libertação (ou "liberdade") da Bela Adormecida


Série A Vida de Cristo
Christ The Lord: Out of Egypt (2005) - Cristo, O Senhor: a Saída do Egito
Christ The Lord: The Road to Cana (2008) - Cristo, O Senhor: O Caminho para Caná
Christ the Lord: the Kingdom of Heaven (sendo escrito)


Série Songs of the Seraphim
Angel Time (2009)


Romances únicos
The Feast of All Saints (1979) - A Festa de Todos os Santos
Cry to Heaven (1982) - Chore para o Céu
Exit to Eden (1985) (como Anne Rampling) -
Belinda (1986) (como Anne Rampling) -
The Mummy (1989) - A Múmia ou Ramsés, o Maldito
Servant of the Bones (1996) - O Servo dos Ossos
Violin (1997) - Violino
The Master of Rampling Gate (2002) - O Senhor de Rampling Gate (Publicado no Brasil no livro “Os 13 Melhores Contos de Vampiros”, de Flávio Moreira da Costa)


Autobiografia
Called Out of Darkness (2008)


Na Biblioteca Municipal "Professor Sebas", temos os dois grandes sucessos da autora. "Entrevista com o vampiro", e "Violino", disponíveis para empréstimo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Grandes obras: A Casa das Sete Mulheres


A  Guerra dos Farrapos, ou Revolução Farroupilha (1835-1845) - a mais longa guerra civil do continente -, foi uma luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império Brasileiro. As complexas razões do levante estão nos livros de História. O que não está nos livros de História sobre essa guerra brasileira está nesse livro de Letícia Wierzchowski. Porque "A Casa das Sete Mulheres" é um exercício totalizador sobre a violência da guerra - de qualquer guerra - e sua influência maléfica sobre o destino de homens e de mulheres.


O líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito, com o propósito de protegê-las. A guerra que se esperava curta começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar...


Somente um talento literário instintivo e visceral poderia conduzir essa narrativa claustrofóbica e íntima com o sopro épico que varre as páginas do livro. As mulheres daquela casa viviam naturalmente na expectativa das notícias da guerra, que demoravam e eram lentas como as estações que se sucediam. Cartas, recados, bilhetes escritos às pressas trazidos por solitários mensageiros com meses de atraso não bastavam para redimir da solidão. A solidão sufoca, enlouquece. As mulheres adoecem de solidão. As mulheres rezam. As mulheres esperam.


Para contar essa história, Letícia transpõe todas as fronteiras. História e ficção, realidade e fantasia, o natural e o sobrenatural se interpenetram no cotidiano das sete mulheres, cada dia mais violento, sufocante e imutável. Para contar essa história, Letícia assume a grandeza dos acontecimentos e os transforma em literatura fundadora, edificando um livro sem igual no panorama da literatura brasileira. O leitor sairá desta experiência transfigurado, tocado pela dor e pela verdade que gemem nas páginas e pela sutil beleza que a cada momento nos desconcerta.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Notícia da semana: Um passado bem presente


Acessíveis e envolventes, os best-sellers de histórias sanam deficiências escolares e conferem ao leitor um senso de continuidade que se contrapõe à retórica do "nunca antes neste país"

No mercado brasileiro, um livro de não-ficção que chegue a 15 mil exemplares já pode ser considerado um best-seller. Em geral, é o que basta para garantir que o título figure pelo menos algumas semanas na lista dos mais vendidos de VEJA. Esse dado torna os 600.000 exemplares vendidos por "1808" uma marca tanto mais impressionante. O livro lançado em 2007 por Laurentino Gomes, no entanto, não é um sucesso isolado. O interesse do leitor por história - e, particularmente, pela história do Brasil - tem sustentado um rico filão. O fato pode ser atestado na lista de mais vendidos desta semana. Lá estão três bons representantes da divulgação histórica. Os recém-publicados "Uma Breve História do Brasil", de Mary Del Priore e Renato Venancio (os únicos da lista que são historiadores por formação), e "Brasil: uma História", de Eduardo Bueno, propõem uma visão panorâmica da gênese nacional. "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", de Leandro Narloch, dedica-se a desmontar alguns consagrados lugares-comuns, como a romântica noção de que os índios viviam em um Éden pacifista antes da chegada do colonizador português. Bem pesquisados, amparados na melhor bibliografia especializada, esses são livros que buscam se afastar do ranço acadêmico. São concebidos para o público amplo, o brasileiro médio que a escola tantas vezes deixou órfão de boa informação sobre o passado do país - e, assim, privado de ferramentas para entender completamente as peculiaridades de seu presente.
Jornalista, Bueno é um dos pioneiros dessa literatura de divulgação histórica, com a série "Terra Brasilis", revisão dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil. Iniciada em 1998 com "A Viagem do Descobrimento", a série já vendeu mais de meio milhão de exemplares. "Sempre fui apaixonado por esse período, do qual tenho uma visão conscientemente romântica. E achava que essa história não poderia ficar aprisionada dentro da sala de aula", diz. O autor não tem uma lembrança agradável do que ouvia nos bancos escolares: não se viam, diz Bueno, pessoas "de carne e osso" nos livros didáticos. Um esforço comum das obras de divulgação histórica é dar contornos palpáveis à vida do passado - no que se beneficiam das pesquisas acadêmicas da vida privada e da chamada "micro-história". No capítulo sobre a descoberta do Brasil de sua "Breve História". Mary Del Priore e Renato Venancio descrevem as presumíveis agruras dos marujos que viajavam nas caravelas com que Pedro Álvares Cabral aportou na Bahia em 1500 - condições precárias de higiene, espaço apertado, alimentos deteriorados. Ao lado dessa atenção para com o homem comum, há também uma nova consideração pelos figurões. Daí a biografia ser um gênero forte: lançada há quatro anos e hoje com nove títulos, a coleção "Perfis Brasileiros", da Companhia das Letras, já chegou à soma de 115.000 exemplares. O carro-chefe é "D. Pedro II", do historiador José Murilo de Carvalho, com 40.000 livros vendidos. Esse interesse pelo grande personagem, é claro, não se limita a história do Brasil - "Hitler", de Joachim Fest, lançada no Brasil pela Nova Fronteira, já vendeu 75.000 cópias. Regenerado pelo interesse do grande público, o papel do indivíduo vinha sendo menosprezado pela historiografia mais à esquerda. "O engessamento provocado pelo marxismo dentro da universidade ocultou um dos gêneros mais apaixonantes da história, que é a biografia", diz Mary, ela mesma autora de biografias como "O Príncipe Maldito", sobre Pedro Augusto, neto do imperadordom Pedro II  que deveria ter herdado a coroa.
O êxito dessas obras nas livarias também tem permitido que os autores ingressem no lucrativo circuito de conferências em escolas e empresas. Mary diz que a instigação para a "Breve História" surgiu da ansiedade que os ouvintes de suas palestras corporativas demonstravam por obter mais "conteúdo" em história. "Acredito que a história pode até ajudar no crescimento profissional", diz. Por si só, essa função utilitária já seria reputada herética por correntes da esquerda: o estudo da disciplina deveria servir à revolução, e não ao sucesso no emprego. Os best-sellers de história vão além: têm a importântíssima função de sanar deficiências da escola, corrigindo distorções às vezes caricaturalmente ideológicas de alguns livros didáticos.
O provocativo "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" vem fazendo sucesso justamente graças a sua verve iconoclasta. No ano que vem, o autor Leandro Narloch, em parceria com um jornalista da VEJA, Duda Teixeira, deve lançar pela editora Leys uma sequência internacional do livro - o "Guia Politicamente Incorreto da América Latina", dedicado à desmontagem factual de ídolos como Bolívar e Che Guevara, entre outros. "Há um mal -estar na história do Brasil feita na academia. O mundo que está ao redor não parece resultado dessa história que eles estão ensinando, e isso causa muita inquietação", diz Jorge Caldeira, autor de "Mauá", biografia do grande empresário do Segundo Império que, lançada em 1995, vendeu mais de 160.000 exemplares. Hoje à frente da editora Mameluco, Caldeira afastou-se um tanto das edições voltadas para o grande público para se dedicar a obras mais especializadas de história econômica, como "História do Brasil com Empreendedores".
Engana-se, porém, quem imagina que a destruição de mitos seja o interesse primeiro dos livros de história que têm chegado à condição de best-sellers. Pelo contrário, eles fornecem ao leitor um importante senso de continuidade. A história brasileira tem passado por sucessivos processos de desmontagem, da República ridicularizando as figuras do Império ao atual governo se lançando como marco zero de tudo que é bom no país. Mas o Brasil, como todos esses autores provam, não começou ontem. "Num momento em que o 'nunca antes' virou bordão e se tenta apagar o passado, não há resposta mais eficiente que a história, define Mary Del Priore.

Por Jerônimo Teixeira
Revista VEJA - 08/09/10

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dica do funcionário: Ágape - Padre Marcelo Rossi

Toda quarta-feira no blog da Biblioteca Municipal "Professor Sebas", um funcionário dará uma dica de leitura para os internautas que acessam nossa página.
Nesta semana, a funcionária Maria de Fátima é quem indica:


"Ágape"
O amor divino, segundo o padre Marcelo Rossi


Em seu livro Ágape, com prefácio de Gabriel Chalita, o sacerdote católico tece suas reflexões sobre passagens do Evangelho de são João e convida o leitor a enveredar por inspiradas orações


Os dicionários definem a palavra "ágape" como a refeição promovida pelos primitivos cristãos a fim de celebrar o rito eucarístico. O rito confraternizava ricos e pobres em torno de ideais como amizade, caridade, amor. Em Ágape, livro lançado pela Editora Globo, Padre Marcelo Rossi retoma e amplia o sentido original do conceito: "Ágape é uma palavra de origem grega que significa o amor divino. O amor de Deus pelos seus filhos. E ainda o amor que as pessoas sentem umas pelas outras inspiradas nesse amor divino", assinala no texto de introdução do volume.
Com sua abordagem de comunicação moderna, original e leve, padre Marcelo leva conforto espiritual e ensinamentos da Igreja Católica para milhões de brasileiros por meio de programas de rádio e TV. O estilo claro, direto e sereno que o transformou em fenômeno midiático está impregnado, agora, em Ágape, obra literária em que o autor apresenta trechos selecionados do Evangelho de são João e os reinterpreta à luz do significado do amor divino no mundo contemporâneo.
Mais do que se apresentar como estudo teológico sobre os escritos narrados pelo apóstolo, o livro tem explícita intenção oracional. Nesse sentido, trata-se de um diálogo entre o autor, na condição de padre, e seus filhos em busca da boa palavra. Cada capítulo do volume se encerra com uma oração envolvendo os temas ali examinados pelo autor, como a convidar os leitores para um momento de introspecção e de acolhimento das mensagens de Jesus segundo são João.
A escolha do Evangelho de são João entre tantas outras possibilidades dentro da Bíblia é justificada por Padre Marcelo pela beleza da estrutura literária e pela impressionante delicadeza com que são descritos os momentos da vida de Jesus - como se o apóstolo não se contentasse em apenas narrar os fatos, mas quisesse nos trazer para dentro da situação descrita. Compartilhar a beleza das narrações do evangelista com os leitores é outro dos objetivos declarados do autor, que busca, com Ágape, incentivar cada vez mais a leitura da Palavra de Deus.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Leitor da semana: Thaís Fátima de Paula

Toda semana o blog da Biblioteca Municipal Professor Sebas vai eleger o leitor da semana. Uma forma de homenagear os leitores assíduos da biblioteca, que darão dicas de livros e contarão um pouco da sua história e experiências no mundo da leitura. 


A nossa leitora dessa semana é Thaís Fátima de Paula, de 20 anos. Ela é sócia da biblioteca desde 1997 e gosta de livros da autora Danielle Steel e da autora Zíbia Gasparetto.  Seu estilo preferido é formado de livros espíritas, de romances e de livros de auto-ajuda. 


"Frequento a biblioteca porque sinto gosto pela leitura, é importante pra mim e me transporta para mundos e situações inimagináveis. Com a leitura frequente, leio e escrevo melhor, meu vocabulário aumenta e estou sempre informada dos novos acontecimentos", diz Thaís. 


As dicas da Thaís são os livros:


" A montanha e o rio", de Da Chen. Narra a saga de dois irmãos que trilham caminhos distintos, mas cujas vidas se encontram quando se mesclam inevitavelmente aos acontecimentos que marcam a história política e social da China no final do século XX. Numa trama repleta de conspiração, mistério e paixão, Tan e Shento se tornam inimigos ferozes tanto no campo político quanto no pessoal, pois, por um capricho do destino, se apaixonam pela mesma mulher, o que contribui para acirrar ainda mais o ódio que sentem um pelo outro. Com esta história envolvente, que levou oito anos para ser concluída, Da Chen, conhecido por suas obras memorialísticas, faz sua primeira incursão pela área da ficção. A marca de Da Chen está por certo presente nesta narrativa que possui também traços do romance histórico e é perpassada pelas milenares tradições do Oriente e suas relações com o mundo ocidental.


"Na margem do Rio Piedra, eu sentei e chorei", do autor Paulo Coelho, lançado em 1994. Numa história de amor estão os mistérios da vida. Pilar e seu companheiro conheceram-se na infância, afastaram-se na adolescência, e - onze anos depois - tornam a se encontrar. Ela, uma mulher que a vida ensinou a ser forte e a não demonstrar seus sentimentos. Ele, um homem capaz de fazer milagres, que busca na religião uma solução para os seus conflitos.
Os dois estão unidos pela vontade de mudar, de seguir os próprios sonhos, de encontrar um caminho diferente. Para isto, é preciso vencer muitos obstáculos interiores: o medo da entrega, a culpa, os preconceitos. Pilar e seu companheiro resolvem viajar até uma pequena aldeia nas montanhas - e trilhar o difícil caminho de reencontro com a própria verdade.




"Amor sem fim", do autor Scott Spencer. Eles eram apenas adolescentes entregues a uma precoce relação sexual. Mas subitamente aquele relacionamento se transforma em paixão desenfreada, e os dois jovens encontram obstáculos para a realização dos sonhos que alimentavam suas próprias existências... Uma história verdadeiramente sublime!




Os livros fazem parte do acervo da Biblioteca Municipal Professor Sebas e estão disponíveis para empréstimo!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Grandes autores: Maurício de Sousa

Maurício de Sousa (Santa Isabel, 27 de outubro de 1935) é um dos mais famosos cartunistas do Brasil, criador da "Turma da Mônica".Filho de Antônio Maurício de Sousa, poeta e barbeiro, e de Petronilha Araújo de Sousa, poetisa. Mauricio de Sousa começou a desenhar cartazes e ilustrações para rádios e jornais de Mogi das Cruzes, onde viveu. Procurou emprego em São Paulo, como desenhista, mas só conseguiu uma vaga de repórter policial na Folha da Manhã. Passou cinco anos escrevendo esse tipo de reportagem, que ilustrava com desenhos bem aceitos pelos leitores.
Maurício de Sousa começou a desenhar histórias em quadrinhos em 18 de julho de 1959, quando uma história do Bidu, sua primeira personagem foi aprovada pelo jornal. As tiras em quadrinhos com um cãozinho Bidu e seu dono, Franjinha, deram origem aos primeiros personagens conhecidos da era Mônica.
Atualmente Bidu, que é o animal de estimação de Franjinha, participa tanto com seu dono como em historinhas em que é o astro principal, dialogando com outros cães e até com pedras. Bidu é o símbolo da empresa de Maurício, a Maurício de Sousa Produções. Na revista Lostinho-Perdidinhos nos Quadrinhos e no primeiro número da revista Saiba Mais, no entanto, é revelado que a primeira criação do Maurício foi um personagem super-herói chamado "Capitão Picolé".
Junto dos desenhistas Gedeone Malagola, Ely Barbosa e Júlio Shimamoto, Maurício fundou a Associação de Desenhistas de São Paulo (ADESP), a ADESP tinha como bandeira a nacionalização das histórias em quadrinhos.
Em 1963, Maurício de Sousa cria junto com a jornalista Lenita Miranda de Figueiredo, Tia Lenita, a Folhinha de S. Paulo. Sua personagem Mônica foi criada neste ano. Em 1987, passou a ilustrar o recém-criado suplemento infantil d'O Estado de S. Paulo, o Estadinho, que até hoje publica tiras da Turma da Mônica.
Maurício montou uma grande equipe de desenhistas e roteiristas e depois de algum tempo passou a desenhar somente as histórias de Horácio, o dinossauro.



Pai de dez filhos (Maurício Spada, Mônica, Magali, Mariângela, Vanda, Valéria, Marina, Maurício Takeda, Mauro Takeda e Marcelo Pereira), além de criar personagens baseados em seus amigos de infância, Mauricio sempre criou personagens baseados em seus filhos, tais como: Mônica, Magali, Marina, Maria Cebolinha (inspirada na Mariângela), Nimbus (em Mauro), Do Contra (em Maurício Takeda), Vanda, Valéria e Dr. Spada.

Os quadrinhos de Maurício de Sousa têm fama internacional, tendo sido adaptados para o cinema, para a televisão e para os vídeo-games, além de terem sido licenciados para comércio em uma série de produtos com a marca das personagens. Há inclusive o parque temático da Turma da Mônica, o Parque da Mônica, localizado em São Paulo. Já existiu também o Parque da Mônica de Curitiba, aberto em 1998 e fechado em 2000 e o do Rio de Janeiro, fechado no início de 2005.
De 1970 — quando foi lançada a revista Mônica, com tiragem de 200 mil exemplares — a 1986, as revistas de Mauricio foram publicadas na editora Abril, porém a partir de janeiro de 1987 foram publicadas pela editora Globo, em conjunto com os estúdios Mauricio de Sousa. Após vinte anos de editora Globo, todos os títulos da Turma da Mônica passaram, a partir de janeiro de 2007, para a multinacional Panini, que detinha, na data, os direitos das publicações dos super-heróis da Marvel e DC Comics.
Alguns de seus filhos que viraram personagens passaram a trabalhar com Maurício:
Mônica: Responsável pela divisão comercial de alimentos e produtos licenciados.
Magali: Colabora como roteirista.
Marina: Ajuda na criação de novas histórias.
Em 2007 Maurício de Sousa foi homenageado pela escola de samba Unidos do Peruche com o enredo "Com Maurício de Sousa a Unidos do Peruche abre alas, abre livros, abre mentes e faz sonhar".
Mauricio é são-paulino, por influência do seu pai, a ponto de, no fim dos anos 50, ter perdido uma aposta para um corintiano, quando foi obrigado a raspar a cabeça.


Mauricio criou vários universos de personagens. Assim como a turma da Mônica, também é possível classificar esses universos como "turmas" de alguma personagem.

Turma da Mônica - a turma original de crianças;
Turma do Chico Bento - uma turma de crianças vivendo num meio rural, típico de cidades pequenas no interior do Brasil;
Turma do Bidu - personagens são animais de estimação (cachorros, gatos, etc.), com uso pesado de meta-linguagem (Bidu constantemente se envolve em dialogos com o 'Desenhista' da história);
Turma da Tina - adolescentes, envolvidos com faculdade, paqueras, etc.;
Turma do Penadinho - Aventuras cômicas com personagens típicos de histórias de terror (como um fantasma, um vampiro, um lobisomem, uma múmia e a própria Morte), no cemitério onde moram.
Horácio (1963)- um pequeno dinossauro órfão, de grande coração. Diz-se que, através de Horácio, Mauricio expressa sua moral e ética.
Turma do Piteco - personagens adultas (mas histórias ainda infantis) numa pré-história estilizada (com homens caçando dinossauros para se alimentar, por exemplo);
Astronauta (1975)- um aventureiro espacial solitário que utiliza uma nave redonda. Note que é um astronauta brasileiro, de um fictício órgão chamado Brasa.
Turma da Mata - grupo de animais selvagens (africanos e brasileiros) antropomorfizados, vivendo num reino de um Leão.
Papa-Capim (1975)- um índio brasileiro ainda criança (curumim), vivendo numa taba provavelmente na Amazônia.
Nico Demo (1966) - um garoto sarcástico e malvado, o contrário dos outros personagens.
Turma do Pelezinho - uma outra turma de crianças com histórias sempre envolvendo o tema do Futebol com o personagem principal sendo o próprio Pelé, Edson Arantes do Nascimento. A revista circulou na década de 1970, assim como as tiras que saíam diariamente na Folha;
Turma do Dieguito - inspirada em Diego Maradona, a pedido pessoal do próprio a Maurício, inspirado pelo sucesso de Pelezinho, em 1982. Séries inteiras de tiras, destinadas ao público argentino, todavia, jamais seriam publicadas e o projeto seria congelado em razão das transferências clubísticas de Maradona e de seus problemas pessoais, estando atualmente nos arquivos da Mauricio de Sousa Produções e com a família do jogador. O personagem só seria apresentado em 2005, em uma animação para o programa televisivo que Maradona apresentava. Nela, Dieguito jogava bola com Pelezinho.
Ronaldinho Gaúcho, inspirado no também jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira. A revista foi lançada pelo cartunista em 28 de dezembro de 2005, em Porto Alegre, em evento que contou com a presença do craque gaúcho. O personagem tem as cores da bandeira brasileira: amarelo (camisa), verde (calção), branco (meias) e azul (chuteira), como também, a exemplo do jogador na vida real, usa um pingente com a letra R. Sua turma, que contracena com a Turma da Mônica, inclui sua mãe e os irmãos Daisy e Assis.
Turma da Mônica Jovem (2008) - a turma original de crianças, mas eles cresceram e agora tem 15 anos, eles mudam um pouco o Cebolinha agora tem cabelo, a Mônica não corre atras dos meninos com o coelhinho, a Magali não é mais a menina comilona e o Cascão toma banho. Apesar dessas diferenças eles continuam a se meter em confusões super divertidas.



A Turma da Mônica está presente na decoração da área de literatura infanto-juvenil da Biblioteca Municipal "Professor Sebas", e nos inúmeros gibis das personagens de Maurício de Sousa que temos disponíveis aos sócios para empréstimo. Toda semana tem novidade dessa turminha por aqui. Temos também os livros das personagens da Turma da Mônica Jovem:

Turma da Mônica Jovem: Coisas que os garotos devem saber

Assim como você, o Cebolinha e o Cascão cresceram e passaram a ver as gatinhas do Bairro do Limoeiro com outros olhos. Mas, quando o corpo muda de repente, é supernormal ficar com dúvidas sobre ereção, sexualidade e - claro! - o funcionamento do corpo das garotas.

Como se fosse uma conversa entre grandes amigos, aqui você vai encontrar informações seguras sobre saúde, higiene íntima, comportamento e relacionamento, pra ficar com a autoestima lá em cima e saber como se relacionar bem com a turma, seja na escola, no celular, na internet ou na casa de amigos.

Pra garantir o clima, o projeto gráfico é moderno e dinâmico, com ilustrações incríveis em estilo mangá. Tudo a ver com a Turma da Mônica Jovem!



Turma da Mônica Jovem: coisas que as garotas devem saber

Assim como você, a Mônica e a Magali cresceram e passaram a ver os gatinhos do Bairro do Limoeiro com outros olhos. Mas, quando o corpo muda de repente, é supernormal ficar com dúvidas sobre menstruação, TPM e – claro! – o funcionamento do corpo dos garotos. Como se fosse uma conversa íntima entre amigas, aqui você vai encontrar informações seguras sobre saúde, beleza, comportamento e relacionamento, pra ficar com a autoestima lá em cima e se relacionar legal com a galera, seja na escola, no celular, na internet ou na casa de amigos. Pra garantir o clima, o projeto gráfico é moderno e dinâmico, com ilustrações incríveis em estilo mangá. Tudo a ver com a Turma da Mônica Jovem!



Esses livros foram adquiridos na Bienal do Livro, em São Paulo, onde os funcionários da biblioteca estiveram, neste ano de 2010.




De 24 a 26 de outubro de 2010, acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo, o evento "Expo Maurício de Sousa", que contará com a presença do cartunista e de toda turma da Mônica.

Grandes obras: A Lista de Schindler


Thomas Michael Keneally (7 de outubro de 1935) é um romancista, dramaturgo e autor de não-ficção australiano.


Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto o regime nazista enviava milhares de prisioneiros aos fornos de Auschwitz, o industrial alemão Oskar Schindler abrigava centenas de judeus em sua fábrica, de onde ele finalmente os transferia em segurança para a Tchecoslováquia. Um lugar na lista de Schindler significava a única chance de sobrevivência para um prisioneiro judeu. Oskar Schindler, o herói do Holocausto, é retratado de modo inédito e comovente pelo romancista Thomas Keneally, que passou dois anos entrevistando sobreviventes beneficiados por Schindler em sete países: Austrália, Israel, Alemanha Ocidental, Áustria, EUA, Argentina e Brasil. Escrito com paixão, mas também com absoluta fidelidade aos fatos, o autor realizou uma espantosa recriação de um episódio histórico, narrado com toda a ênfase de uma ficção. A história verdadeira deste homem que enfrentou perigos inacreditáveis e sacrificou tudo o que possuía, colocando em jogo a própria liberdade, para salvar mais de mil pessoas, valeu a seu autor o cobiçado Prêmio Booker, da Inglaterra. Levado às telas com grande sucesso por Steven Spielberg, foi eleito o melhor filme de 1993 pela Associação dos Críticos de Nova York e de Los Angeles.


O livro "A Lista de Schindler" está disponível na biblioteca para empréstimo e é uma ótima dica para quem gosta de um bom romance, com contexto histórico.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Relatório Estatístico da Biblioteca - Agosto de 2010


Livros processados no mês: 60
Total de livros no acervo: 30.213
Revistas processadas no mês: 46
Total de revistas no acervo: 2.706
Total de gibis (histórias em quadrinhos): 1.583
Nº de empréstimos no mês: 1.133
Total no ano* : 6.627
Total de consultas no mês: 312
Total no ano*: 2.073
Frequência de leitores no mês: 531
Total no ano*: 2.976
Nº de sócios inscritos no mês: 29
Total no ano*: 108
Total de sócios inscritos na biblioteca: 7.333

Novas Aquisições:
· Paul Hoffman – A mão esquerda de Deus·
- Ana Beatriz Barbosa Silva – Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado
· Salman Rushdie – Luka e o fogo da vida
· Hugh Laurie – O vendedor de armas
· Lucy O’ Brien – Madonna: 50 anos
· Érico Borgo, Marcelo Forlani, Marcelo Hessel – Almanaque do Cinema
· Kid Vinil – Almanaque do Rock
· Paulo Gustavo Pereira – Almanaque dos Seriados
· Nilson Xavier – Almanaque da Telenovela Brasileira
· John Boyne – O Palácio de inverno
· Isabel Allende – A ilha sob o mar
· L.J. Smith - (O Despertar – volume 1; O Confronto – volume 2; A Fúria – volume 3; Reunião sombria – volume 4 = Série Diários do Vampiro )
· Leandro Narloch – Guia politicamente incorreto da história do Brasil
· Rick Riordan – O último Olimpiano
· Alan Bradley – Flavia de Luce e o Mistério da torta
· Lauren Kate – Fallen
· Mary del Priore – Uma breve história do Brasil
· Padre Marcelo Rossi – Ágape
· Francisco Xavier – Nosso Lar
· Cressida Cowell – Como treinar o seu dragão
· Cressida Cowell – Como ser um pirata
· Zíbia Gaspareto – Se abrindo pra vida
· Maurício de Sousa – Coisas que os garotos devem saber
· Maurício de Sousa – Coisas que as garotas devem saber

Livros mais procurados:
- YOUNG, Willian. “ A cabana”
- SMITH, L.J. – “Série Diários do Vampiro – volumes 1 a 4”
- MEYER, Stephenie. “Amanhecer” e “ A Breve segunda vida de Bree Tanner”
- RAUSER, Randal. “ Encontre Deus na cabana”
- BROWN, Dan. “O símbolo perdido”
- VIANCO, André - “Os Sete” e “Sétimo”
-FITZPATRICK, Becca -“Sussurro”
- SPARKS, Nicholas - “Querido John” e “A última música”
- CHOPRA, Deepak - “O efeito sombra”
- CASTRO, Mônica de. “De todo o meu ser” e “Gemêas”
- FALLETI, Giorgio. “Eu mato”
- BYRNE, Lorna. “Anjos em minha vida”
- MACMANN, Lisa. “Wake: Despertar”
- BOYNE, John. “O garoto no convés”
- MELO, Pe. Fábio de; CHALITA, Gabriel. “Carta entre amigos: sobre ganhar e perder”
- KEYES, Marian. “Tem alguém aí?”, “Casório” e “Férias”
-ARGOV, Sherry. “Porque os homens se casam com as mulheres poderosas?”
- NOEL, Alison . “Para Sempre: Os Imortais - vol. 1” e “Lua Azul: Os imortais – vol. 2”
- COELHO, Paulo. “O Aleph"
- HERCULANO, Alexandre. “Eurico, o Presbítero”
- GUIMARÃES, Bernardo. “O Seminarista”

Livros infanto-juvenis mais procurados:
- CABOT, Meg. “Série – A mediadora” – volumes 1 a 6
- KINNEY, Jeff - “Diário de um banana” – volumes 1,2 e 3
- RIORDAN, Rick. “Coleção Percy Jackson e os Olimpianos” – volumes 1 a 5
- ROWLING, J.K. “ Coleção Harry Potter” – volumes 1 a 7
- STANISIERE, Inês – “O Diário de Carol” e “ O superblog das maravilhosas Mari, Luma e Carol”
- REBOUÇAS, Talita – Fala sério mãe!
- REY, MARCOS . “ Um cadaver ouve rádio”

Josiane Cristina da Silva
Bibliotecária – CRB-8/8360

Grandes autores: Clarice Lispector


Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

Clarice Lispector, nascida Haia Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora brasileira, nascida na Ucrânia. Autora de linha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.

De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus, durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de emigração ao continente americano. Chegou no Brasil quando tinha dois anos de idade.
A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania – irmã, todos mudaram de nome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Haia, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.

Em dezembro de 1943, publicou seu primeiro romance, Perto do coração selvagem. Escrito quando tinha 19 anos, o livro apresenta Joana como protagonista, a qual narra sua história em dois planos: a infância e o início da vida adulta. A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista, com personagens contando as dificuldades da realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, seja pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora, seja pelo estilo solto, elíptico e fragmentário. Este estilo de escrita se tornou marca característica da autora, como pode ser observado em seus trabalhos subsequentes.
Na época da publicação, muitos associaram o seu estilo literário introspectivo a Virginia Woolf ou James Joyce, embora ela afirme não ter lido nenhum destes autores antes de ter escrito seu romance inaugural.  A epígrafe de Joyce e o título, inspirado em citação do livro de Joyce Retrato do Artista quando Jovem, foram sugeridos por Lúcio Cardoso após o livro ter sido escrito. Perto do coração selvagem ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha de melhor romance de estréia, em outubro de 1944.
A obra de Clarice ultrapassa qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).
Além de escritora, Clarice foi colunista do Jornal do Brasil, do Correio da Manhã e Diário da Noite. As colunas, que foram publicadas entre as décadas de 60 e 70, eram destinadas ao público feminino, e abordavam assuntos como dicas de beleza, moda e comportamento. Em meados de 1970, Lispector começou a trabalhar no livro Um sopro de vida: pulsações, publicado postumamente. Este livro consiste de uma série de diálogos entre o "autor" e sua criação, Angela Pralini, personagem cujo nome foi emprestado de outro personagem de um conto publicado em Onde estivestes de noite. Esta abordagem fragmentada foi novamente utilizada no seu penúltimo e, talvez, mais famoso romance, "A hora da estrela". No romance, Clarice conta a história de Macabéa, uma datilógrafa criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro e vai morar em uma pensão, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. O livro descreve a pobreza e a marginalização no Brasil, temática que pouco aparece ao longo da sua obra. A história de Macabéa foi publicada poucos meses antes da morte de Clarice.

Clarice verteu para o português, em 1976, o livro Entrevista com o Vampiro, da autora americana Anne Rice.
Ainda jovem, à época esposa de diplomata brasileiro, serviu na campanha da Itália durante a II Guerra Mundial como assistente voluntária junto ao corpo de enfermagem da Força Expedicionária Brasileira.
A primeira edição de "Onde estivestes de noite" foi recolhida por ter sido colocado, erroneamente, um ponto de interrogação no título.
Em artigo publicado no jornal The New York Times, no dia 11/03/2005, a escritora foi descrita como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e de Clarice.


Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance "A Hora da Estrela" com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi inumada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro.

Livros de Clarice Lispector disponíveis para empréstimo na Biblioteca Municipal Professor Sebas:

- A Bela e a Fera
- A descoberta do mundo
- A hora da estrela
- A legião estrangeira
- A maçã no escuro
- A mulher que matou os peixes
- A vida íntima de Laura
- Água viva
- De corpo inteiro
- Felicidade clandestina
- Feliz aniversário
- Laços de Família
- O lustre
- O mistério do coelho pensante (infantil)
- O primeiro beijo e outros contos
- Onde estivestes de noite
- Para gostar de ler (infantil)
- Para gostar de ler (contos)
- Perto do coração selvagem
- Seleta de Clarice Lispector
- Um sopro de vida
- Uma galinha
- Corpo a corpo
- O muro de pedras